Eu conheço muitas mães que beijam seu
filhos na boca. E eu as entendo perfeitamente: os pequenos, aos nossos
olhos, são as coisas mais lindas do mundo – e para muitas famílias, esse
hábito acaba sendo absolutamente normal. Mas no post de hoje eu
gostaria de apresentar uma visão profissional sobre o assunto (ou seja, a
questão vista pelos olhos de uma dentista). E, nesse caso, tenho que
ser sincera: eu não recomendo que qualquer pai beije seus filhotes na
boca, e já explico o porquê.
Você sabe, eu sei, todo mundo sabe que
existem milhares de bactérias vivendo em nossas bocas. Durante nossa
vida, em função de muitos fatores (entre eles nossa dieta e nossos
hábitos de higiene), facilitamos que alguns grupos bacterianos se
estabeleçam, criando colônias. É por isso que alguns de nós têm
tendência a desenvolver sangramento gengival, ou apresentam várias
lesões de cárie – os microorganismos que “moram” ali são selecionados
para causar um problema ou outro.
Mas e nossos bebês? Como eles nascem sem
dentinhos, não têm naturalmente muitas das bactérias que nós, adultos,
temos na boca. E de onde virão os microorganismos que habitarão sua
boquinha? Sim, das pessoas de maior convívio com o filhote! A mãe, o
pai, os avós, ou mesmo a babá.
Esse contato do pequeno com bactérias
potencialmente causadoras de doenças pode demorar um pouco mais ou um
pouco menos para acontecer. E quanto mais conseguirmos postergar esse
momento, melhor para o filhote (uma vez que seus dentinhos nascem
imaturos, frágeis, e vão ficando mais “fortes” quando expostos na
cavidade oral). É por isso que, do ponto de vista odontológico, atitudes
como beijar o filho na boca, ou assoprar a comida, devem ser evitadas,
principalmente nos primeiros meses do pequeno. Por outro lado, o cuidado
com os próprios dentes é extremamente positivo, pois indiretamente
estamos protegendo a saúde bucal do bebê.
Claro que essa é apenas uma faceta da
questão – assim como o beijo na boca do bebê facilita a transmissão de
bactérias que causam doenças dentárias, ele também permite a passagem de
vírus (como aqueles que causam resfriados, gripes, herpes), outras
bactérias e fungos (inclusive o que causa o conhecido “sapinho”). E
mesmo que aparentemente o adulto esteja saudável, pode ser portador
desses microorganismos – dessa forma, o pequenino, que é
imunologicamente muito mais sensível pode ficar doente.
Fonte: Mil Dicas de Mãe
DRA. KARINE QUINTÃO
Dentista • Clínica Geral • Odontopediatria • Pacientes Especiais
Trav. Dr. Brito, 91 (PROSAT), Guanhães-MG (33) 3421-1532 • 3421-2026
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